quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Depois da Redemocratização

Os primeiros anos da década de 1980 foram marcados pela luta pela redemocratização do país, a ditadura militar já mostrava enfraquecimento e as forças populares organizadas e unificadas mesmo com a divisão partidária e ideológica que aconteceu após a chamada abertura política, criaram o movimento das diretas já, visando o retorno a eleição direta no país. Mesmo com um movimento gigantesco, onde o povo, artistas, militantes partidários, encheram as praças das principais cidades do país, a eleição direta não foi aprovada, em 1984 se formou o colégio eleitoral, e deputados elegeram o presidente da República no Brasil, a disputa se deu entre Tancredo Neves e Paulo Maluf, o primeiro representando as forças progressistas e o segundo o candidato da ditadura militar. O único partido progressista que não apoiou Tancredo Neves foi o PT, pois defendia que só participaria da eleição se fosse direta com a participação popular, concorrendo só à eleição ao Legislativo que formaria a Assembléia Constituinte para elaboração de uma nova Constituição no Brasil.
Tancredo Neves misteriosamente adoeceu durante a celebração da missa de posse do seu governo o seu Vice José Sarney assumiu o cargo de presidente da República e governou até 1989, durante esse governo foi elaborada a nova constituição nacional, que também não foi assinada pelo PT, pois os três deputados do partido julgaram que o texto da Constituição era conservador e não atendia as necessidades do povo brasileiro.
Durante o governo Sarney outras mudanças partidárias surgiram no país o PDS enfraqueceu e formaram vários partidos pequenos, representante das grandes elites brasileiras, e dos setores internacionalistas, o PMDB se dividiu um grupo de intelectuais liderados por Fernando Henrique Cardoso, Franco Montoro e Mário Covas, criaram o PSDB, julgando que o PMDB havia perdido a essência da transformação social, e pensaram em criar um partido social democrata, de centro esquerda.
Veio à primeira eleição direta no país em 1989, e vários partidos lançaram suas candidaturas, o PDT, lançou Leonel Brizola, o PMDB, Ulisses Guimarães, o PDS lançou Paulo Maluf, o PSC Ronaldo Caiado, o PSDB, Mario Covas, o PT, Luis Inácio Lula da Silva, e a elite que já não mais acreditava no PDS, criaram um partido pequeno o PRN, e lançou um jovem governador alagoano desconhecido para candidato, com o apoio de toda grande burguesia nacional e internacional, Fernando Collor de Melo.
Essa eleição foi para o segundo turno com uma disputa entre Lula e Collor, um claro representante do povo brasileiro, contra o representante das elites, um candidato do PT um partido de esquerda e um candidato defensor do grande capital, de direita. Lula e o PT conseguiram unificar no segundo turno todas as forças progressistas, enquanto o Collor tinha o apoio dos organismos capitalistas do mundo inteiro, da Rede Globo, de toda a impressa nacional, dos grandes empresários, dos latifundiários.
Mesmo com a força do grande capital por traz de Collor, a candidatura de Lula passou a assustar as elites nacionais que juntos com os setores de impressa passaram a orquestrar uma campanha feita nos moldes do que a ditadura militar desenvolveu no país, com mentiras, amedrontando a população menos esclarecida, criando factóides inexistentes sobre o candidato Lula e sobre o Partido dos Trabalhadores, espalhando a política do anticomunismo desenvolvido pelos Estados Unidos desde a guerra fria. Mesmo assim Lula teve 33 milhões de votos, contra 35 de Fernando Collor.
O governo Collor fracassou, dois anos após a eleição, o governo demonstrava está enfraquecido, perdeu apoio da elite que não mais confiava o projeto de introdução do neoliberalismo ao presidente e sua equipe, a oposição ao governo vinha desde os setores populares, quanto das alta burguesia nacional e internacional, e esta mesma elite, iniciou um processo de cassação do presidente, e sua substituição imediata, foi a primeira vês que um presidente sofreu um impeachment, o seu vice continuou mas com o compromisso político de trazer para o governo o plano B da burguesia internacionalista brasileira e dos organismo do poder internacional, Fernando Henrique Cardoso, que se tornou ministro do Itamar Franco, vice de Collor e agora presidente.
A partir de então o PSDB perdeu sua característica de ser um partido de centro esquerda e passou a ser o preferido das elites para implementar no país o projeto neoliberal. Neste momento o antigo PDS, passou a se chamar PFL, Partido da Frente Liberal, e junto com o PSDB se tornaram as duas forças políticas representantes do projeto neoliberal no país. Esses dois partidos juntos ganharam as eleições de 1994 e 1998 sempre com Fernando Henrique Cardoso a frente do processo. O governo que teve como fundamento o sucesso do Plano Real já no primeiro mandato mostrou fissuras, na primeira crise mundial do capitalismo, o Plano Real precisou de remendos, pois não tinha uma base sólida, foi apenas um projeto construído pelo FMI e adequado a realidade brasileira. No final dos oito anos de mandato o plano já não mais existia a inflação crescia rapidamente, o desemprego era crescente por todo país, não a havia investimento em educação e nem em saúde, e o crescimento econômico era mínimo.

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